quarta-feira, 7 de julho de 2010

Questões de vestibular


Temas de Redação: 1) Tema da Dissertação"– Não é preciso zangar-se. Todos nós temos as nossas opiniões.– Sem dúvida. Mas é tolice querer uma pessoa ter opinião sobre assuntoque desconhece. (...) Que diabo! Eu nunca andei discutindo gramática.Mas as coisas da minha fazenda julgo que devo saber. E era bom que nãome viessem dar lições. Vocês me fazem perder a paciência."Você tem opinião sobre as afirmações acima?Se tem, defenda sua opinião.Se não, explique por quê.2) O trabalhador brasileiro, em sua grande maioria, recebe saláriomensal que tem como ponto de referência a chamada "Cesta Básica". Leiao texto a seguir e, baseado no que ele significa para você, escreva asua redação, dissertativa.COMIDA(Arnaldo Antunes/ Marcelo Fromer/Sérgio Britto)Bebida é águaComida é pastoVocê tem sede de quê?Você tem fome de quê?A gente não quer só comida,A gente quer comida, diversão e arte.A gente não quer só comida,A gente quer saída para qualquer parte.A gente não quer só comida,A gente quer bebida, diversão, balé.A gente não quer só comida,A gente quer a vida como a vida quer.Bebida é água.Comida é pasto.Você tem sede de quê?Você tem fome de quê?A gente não quer só comer,A gente quer comer e quer fazer amor.A gente não quer só comer,A gente quer prazer pra aliviar a dor.A gente não quer só dinheiro,A gente quer dinheiro e felicidade.A gente não quer só dinheiro,A gente quer inteiro e não pela metade.em Jesus não tem dentes no país dos banguelas(Titãs, 1988)3) PROPOSTAFaça uma dissertação discutindo as opiniões expostas a seguir.É importante que você assuma uma posição a favor ou contra as idéiasapresentadas. Justifique-a com argumentos convincentes.Você poderá também assumir uma posição diferente, alinhando argumentosque a sustentem.I. Alega-se, com freqüência, que o vestibular, como forma de seleçãodos candidatos à escola superior, favorece os alunos de melhorsituação econômica que têm condições de cursar as melhores escolas eprejudica os menos favorecidos que são obrigados a estudar em escolasde padrão inferior de ensino.II. Por outro lado, há quem considere que o vestibular é apenas umprocesso de seleção que procura avaliar o conhecimento dos candidatosnum determinado momento, escolhendo aqueles que se apresentam melhorpreparados para ingressar na Universidade. Culpá-lo por possíveisinjustiças é o mesmo que culpar o termômetro pela febre.4) O trecho a seguir do conto "A Igreja do Diabo", de Machado deAssis, descreve a necessidade que o homem teria de regras que lhedigam o que fazer e como se comportar. Uma vez conseguido isso, elepassaria a violar secretamente as normas que tanto desejou.Escreva uma dissertação que analise esta visão que o autor tem docomportamento humano. Você pode discordar ou concordar com ela, desdeque seus argumentos sejam fundamentados.O maior mérito estará numa argumentação coesa capaz de levar a umaconclusão coerente.Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve aidéia de fundar uma Igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos egrandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desdeséculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, semnada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidose obséquios humanos. (...) Está claro que (o Diabo) combateu o perdãodas injúrias e outras máximas de brandura e cordialidade. Não proibiuformalmente a calúnia, mas induziu a exercê-la mediante retribuição,ou pecuniária, ou de outra espécie. (...) A Igreja fundara-se; adoutrina propagava-se; não havia uma região do globo que não aconhecesse, uma língua que não a traduzisse, uma raça que não aamasse. O Diabo alçou brados de triunfo.Um dia, porém, longos anos depois, notou o Diabo que muitos dos seusfiéis, às escondidas, praticavam as antigas virtudes. (...) Certosglutões recolhiam-se a comer frugalmente três ou quatro vezes por ano(...) muitos avaros davam esmolas, à noite, ou nas ruas mal povoadas;vários dilapidadores do erário restituíam-lhe pequenas quantias; osfraudulentos falavam, uma ou outra vez, com o coração nas mãos, mascom o mesmo rosto dissimulado, para fazer crer que estavam embaçandoos outros. [Nota: embaçar: lograr, enganar]5) Relacione os textos abaixo e redija uma dissertação, em prosa,discutindo as idéias neles contidas e apresentando argumentos quecomprovem e/ou refutem essas idéias."Antes mundo era pequenoPorque Terra era grandeHoje o mundo é muito grandePorque Terra é pequenaDo tamanho da antena parabolicamará"(Gilberto Gil)"Como democratizar a TV, o rádio, a imprensa, que são o oxigênio e afumaça que a nossa imaginação respira? Como seria uma TV semmanipulação? São perguntas difíceis, mas a luta social efetiva, esobretudo um projeto de futuro, são impossíveis sem entrar nesseterreno."(Roberto Schwarz)"Tevê coloridafará azul-róseaa cor da vida?"(Carlos Drummond de Andrade)6) Relacione os textos e a imagem seguintes e escreva uma dissertaçãoem prosa, discutindo as idéias neles contidas e expondo argumentos quesustentem o ponto de vista que você adotou. Em muitas pessoas já é um descaramento dizerem "Eu".T.W. AdornoNão há sempre sujeito, ou sujeitos. (...)Digamos que o sujeito é raro, tão raro quanto as verdades.A. BadiouTodos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que,desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar emqualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha daideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todosos setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.T.W. Adorno7) 1. Leia atentamente os textos dados, procurando identificar aquestão neles tratada.2. Escreva uma dissertação em prosa, relacionando os dois textos eexpondo argumentos que sustentem seu próprio ponto de vista.Texto 1Entre os Maoris, um povo polinésio, existe uma dança destinada aproteger as sementeiras de batatas, que quando novas são muitovulneráveis aos ventos do leste: as mulheres executam a dança, entreos batatais, simulando com os movimentos dos corpos o vento, a chuva,o desenvolvimento e o florescimento do batatal, sendo esta dançaacompanhada de uma canção que é um apelo para que o batatal siga oexemplo do bailado. As mulheres interpretam em fantasia a realizaçãoprática de um desejo. É nisto que consiste a magia: uma técnicailusória destinada a suplementar a técnica real.Mas essa técnica ilusória não é vã. A dança não pode exercer qualquerfeito direto sobre as batatas, mas pode ter (como de fato tem) umefeito apreciável sobre as mulheres. Inspiradas pela convicção de quea dança protege a colheita, entregam-se ao trabalho com mais confiançae mais energia. E, deste modo, a dança acaba, afinal, por ter umefeito sobre a colheita.[George Thomson]Texto 2A ciência livra-nos do medo, combatendo com respostas objetivas esseveneno subjetivo. Com um bom pára-raios, quem em casa teme astempestades? Todo ritual mítico está condenado a desaparecer; a funçãodos mitos se estreita a cada invenção, e todo vazio em que opensamento mágico imperava está sendo preenchido pelo efeito de umaoperação racional. Quanto à arte, continuará a fazer o que pode:entreter o homem nas pausas de seu trabalho, desembaraçada agora dequalquer outra missão, que não mais é preciso lhe atribuir.[Hercule Granville]8) Redija uma DISSERTAÇÃO em prosa, relacionando os três textos abaixo.Texto 1Na prova de Redação dos vestibulares, talvez a verdadeira questão sejasempre a mesma: "Conseguirei?". Cada candidato aplica-se às reflexõese às frases na difícil tarefa de falar de um tema A proposto, com apreocupação em B – "Conseguirei?" –, para convencer um leitor X.Texto 2Ao escrever "Lutar com palavras / é a luta mais vã. / Entanto lutamos/ mal rompe a manhã", Carlos Drummond de Andrade já era um poeta maiorda nossa língua.Texto 3É difícil defender,só com palavras, a vida[João Cabral de Melo Neto]9) A partir da leitura dos textos abaixo, redija uma DISSERTAÇÃO emprosa, discutindo as idéias neles contidas.(...) o inferno são os Outros.(Jean-Paul Sartre)(...) padecer a convicção de que, na estreiteza das relações da vida,a alma alheia comprime-nos, penetra-nos, suprime a nossa, e existedentro de nós, como uma consciência imposta, um demônio usurpador quese assenhoreia do governo dos nossos nervos, da direção do nossoquerer; que é esse estranho espírito, esse espírito invasor que faz asvezes de nosso espírito, e que de fora, a nossa alma, mísera exilada,contempla inerte a tirania violenta dessa alma, outrem, que manda nosseus domínios, que rege as intenções, as resoluções e os atos muitodiferentemente do que fizera ela própria (...)(Raul Pompéia)– ``Os outros têm uma espécie de cachorro farejador, dentro de cadaum, eles mesmos não sabem. Isso feito um cachorro, que eles têm dentrodeles, é que fareja, todo o tempo, se a gente por dentro da gente estámole, está sujo ou está ruim, ou errado... As pessoas, mesmas, nãosabem. Mas, então, elas ficam assim com uma precisão de judiar com agente...''(João Guimarães Rosa)(...)experimentarcolonizarcivilizarhumanizaro homemdescobrindo em suas próprias entranhasa perene, insuspeitada alegriade con-viver.(Carlos Drummond de Andrade)O filósofo e psicólogo William James chamou a atenção para o grau emque nossa identidade é formada por outras pessoas: são os outros quenos permitem desenvolver um sentimento de identidade, e as pessoas comas quais nos sentimos mais à vontade são aquelas que nos ``devolvem''uma imagem adequada de nós mesmos (...)(Alain de Botton)10) D I S S E R T A Ç Ã OComo você avalia a jovem geração brasileira que constitui a maioriados que chegam agora ao vestibular? Situada, em sua maior parte, nafaixa etária que vai dos dezesseis aos vinte e um anos, quecaracterísticas essa geração apresenta? Que opinião você tem sobretais características?Para tratar desse tema, você poderá, por exemplo, identificar asprincipais virtudes ou os defeitos que eventualmente essa jovemgeração apresente; indicar quais são os valores que, de fato, elajulga mais importantes e opinar sobre eles. Você poderá, também,considerá-la quanto à formação intelectual, identificando, aí, ospontos fortes e as possíveis deficiências. Poderá, ainda, observarqual é o grau de respeito pelo outro, de consciência social, decompanheirismo, de solidariedade efetiva, de conformismo ou deinconformismo que essa geração manifesta.Refletindo sobre aspectos como os acima sugeridos, escolhendo entreeles os que você julgue mais pertinentes ou, caso ache necessário,levantando outros aspectos que você considere mais relevantes paratratar do tema proposto, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, apresentandoargumentos que dêem consistência e objetividade ao seu ponto devista.11) D I S S E R T A Ç Ã ORecentemente, o Deputado Federal Aldo Rebelo (PC do B – SP), visandoproteger a identidade cultural da língua portuguesa, apresentou umprojeto de lei que prevê sanções contra o emprego abusivo deestrangeirismos. Mais que isso, declarou o Deputado, interessa-lheincentivar a criação de um "Movimento Nacional de Defesa da LínguaPortuguesa". Leia alguns dos argumentos que ele apresenta para justificar oprojeto, bem como os textos subseqüentes, relacionados ao mesmo tema. "A História nos ensina que uma das formas de dominação de um povosobre outro se dá pela imposição da língua. (...)" "...estamos aassistir a uma verdadeira descaracterização da Língua Portuguesa, tala invasão indiscriminada e desnecessária de estrangeirismos – como‘holding’, ‘recall’, ‘franchise’, ‘coffee-break’, ‘self-service’ –(...). E isso vem ocorrendo com voracidade e rapidez tão espantosasque não é exagero supor que estamos na iminência de comprometer, quemsabe até truncar, a comunicação oral e escrita com o nosso homemsimples do campo, não afeito às palavras e expressões importadas, emgeral do inglês norte-americano, que dominam o nosso cotidiano (...)""Como explicar esse fenômeno indesejável, ameaçador de um doselementos mais vitais do nosso patrimônio cultural – a língua materna–, que vem ocorrendo com intensidade crescente ao longo dos últimos 10a 20 anos? (...)""Parece-me que é chegado o momento de romper com tamanha complacênciacultural, e, assim, conscientizar a nação de que é preciso agir emprol da língua pátria, mas sem xenofobismo ou intolerância de nenhumaespécie. (...)"(Dep. Fed. Aldo Rebelo, 1999) "Na realidade, o problema do empréstimo lingüístico não se resolve comatitudes reacionárias, com estabelecer barreiras ou cordões deisolamento à entrada de palavras e expressões de outros idiomas.Resolve-se com o dinamismo cultural, com o gênio inventivo do povo.Povo que não forja cultura dispensa-se de criar palavras com energiairradiadora e tem de conformar-se, queiram ou não queiram os seusgramáticos, à condição de mero usuário de criações alheias." (CelsoCunha, 1968) "Um país como a Alemanha, menos vulnerável à influência da colonizaçãoda língua inglesa, discute hoje uma reforma ortográfica para‘germanizar’ expressões estrangeiras, o que já é regra na França. Orisco de se cair no nacionalismo tosco e na xenofobia é evidente. Nãoé preciso, porém, agir como Policarpo Quaresma, personagem de LimaBarreto, que queria transformar o tupi em língua oficial do Brasilpara recuperar o instinto de nacionalidade.No Brasil de hoje já seria um avanço se as pessoas passassem a usar,entre outros exemplos, a palavra ‘entrega’ em vez de ‘delivery’."(Folha de S. Paulo, 20/10/98) Levando em conta as idéias presentes nos três textos, redija umaDISSERTAÇÃO EM PROSA, expondo o que você pensa sobre essa iniciativado Deputado e as questões que ela envolve. Apresente argumentos que dêem sustentação ao ponto de vista que você adotou.12) TEXTO 1Um dia sim, outro também. Duas bombas, suásticas nazistas e muitasmensagens pregando a tolerância zero a negros, judeus, homossexuais enordestinos marcaram a Semana da Pátria em São Paulo. O primeiropetardo foi direcionado na segunda-feira 4, para o coordenador daAnistia Internacional. Tratava-se de uma bomba caseira, postada numaagência dos Correios de Pinheiros com endereço certo: a casa docoordenador. Uma hora e meia depois, foi a vez de o secretário deSegurança e de os presidentes das comissões Municipal e Estadual deDireitos Humanos receberem cartas ameaçadoras. Assinando "Nós osskinheads" (cabeça raspada), os autores abusaram da linguagem chula,do ódio e da intolerância. "Vamos destruir todos os viados, pretos enordestinos", prometeram. Eles asseguravam também já terem escolhidoos representantes daqueles que não se enquadram no que chamam de "raçapura" para receberem "alguns presentinhos". Como prometeram, era só o começo. No dia seguinte, terça-feira 5, omesmo grupo mandou outra bomba, dessa vez para a associação da Paradado Orgulho Gay.(Isto é, 08/09/2000) TEXTO 2Desde então [os anos 80], o poder racista alastrou-se por todo o mundonuma torrente de excessos sanguinolentos. Também na Alemanha,imigrantes e refugiados foram mortos friamente por maltas de radicaisde direita em atentados incendiários. Até hoje, a esfera públicaminimiza tais crimes como obra de uns poucos jovens desclassificados.Na verdade, porém, o poder racista à solta nas ruas é o prenúncio deuma reviravolta nas condições atmosféricas mundiais.(Robert Kurz) TEXTO 3Um dos eventos realizados no final de abril deste ano no Chile foi umaconferência internacional secreta de militantes extremistas de direitae organizações neonazistas planejada e divulgada pela Internet. Foramconvidados a participar do "Primeiro Encontro Ideológico Internacionalde Nacionalismo e Socialismo" representantes do Brasil, Uruguai,Argentina, Venezuela e Estados Unidos.(Isto é, 08/09/2000) Demais textos:(...) Nos últimos anos, grupos neonazistas têm se multiplicado. Tantonos Estados Unidos e na Europa quanto aqui parece existir uma relaçãoentre o desemprego estrutural do sistema capitalista e a ascensãodesses grupos de inspiração neonazista.(Página da Internet)Toda proclamação contra o fascismo que se abstenha de tocar nasrelações sociais de que ele resulta como uma necessidade natural, édesprovida de sinceridade.(Bertolt Brecht)Considerar alguém como culpado, porque pertence a uma coletividade àqual ele não "escolheu" pertencer, não é característica própria só doracismo. Todo nacionalismo mais intenso, e até mesmo qualquerbairrismo, consideram sempre os outros (certos outros) como culpadospor serem o que são, por pertencerem a uma coletividade à qual nãoescolheram pertencer. (...)(Cornelius Castoriadis)"A violência é a base da educação de cada um."(Resposta de um cidadão anônimo entrevistado pela TV sobre as razõesda violência)Estes textos (adaptados das fontes citadas) apresentam notícias sobreo crescimento do neonazismo e do neofascismo e, também, alguns pontosde vista sobre o sentido desse fenômeno. Com base nesses textos e emoutras informações e reflexões que julgue adequadas, redija umaDISSERTAÇÃO EM PROSA, procurando argumentar de modo claro econsistente. 13) Considerando aspectos abaixo sugeridos ou, ainda, escolhendooutros que você julgue mais importantes para tratar do tema, redija,com sinceridade e plena liberdade de opinião, uma DISSERTAÇÃO EMPROSA, em linguagem adequada à situação, procurando argumentar compertinência e coerência.Como você avalia os responsáveis por sua formação, ou seja, seus paise familiares, professores, orientadores religiosos, líderes políticos,intelectuais, autoridades etc.?Visando ao desenvolvimento do tema, você poderá, se quiser, refletirsobre as seguintes questões:• Quais foram os principais responsáveis por sua formação?• Quais são as características mais marcantes que apresentam?• Você julga que eles assumiram, de fato, sua função de formadores?• Em que aspectos a formação que lhe proporcionaram foi satisfatóriaou insatisfatória?Você poderá, ainda, identificar os valores que são realmenteimportantes para eles, opinando sobre esses valores. Poderá, também,considerar se eles são, em si mesmos, pessoas íntegras e felizes e se,assim, constituem bons modelos de vida.14) Leia atentamente os três textos abaixo TEXTO 1Está no dicionário Houaiss:auto-estima s.f. qualidade de quem se valoriza, se contenta com seumodo de ser e demonstra, conseqüentemente, confiança em seus atos ejulgamentos. A definição do dicionário parece limitar-se ao âmbito do indivíduo,mas a palavra auto-estima já há algum tempo é associada a umanecessidade coletiva. Por exemplo: nós, brasileiros, precisamosfortalecer nossa auto-estima. Neste caso, a satisfação com nosso modode ser, como povo, nos levaria à confiança em nossos atos ejulgamentos. Mas talvez seja o caso de perguntar: não são os nossosatos e julgamentos que acabam por fortalecer ou enfraquecer nossaauto-estima, como indivíduos ou como povo? TEXTO 2Estão num poema de Drummond, da década de vinte, os versos:E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria. (...)Aqui ao menos a gente sabe que é tudo uma canalha só. TEXTO 3Está num artigo do jornalista Zuenir Ventura, de dois anos atrás:De um país em crise e cheio de mazelas, onde, segundo o IBGE, quase umquarto da população ganha R$ 4 por dia, o que se esperaria? Que fossea morada de um povo infeliz, cético e pessimista, não?Não. Por incrível que pareça, não. Os brasileiros não só consideramseu país um lugar bom e ótimo para viver, como estão otimistas emrelação a seu futuro e acreditam que ele se transformará numasuperpotência econômica em cinco anos. Pelo menos essa é a conclusãode um levantamento sobre a "utopia brasileira" realizado peloDatafolha. Com o apoio dos três textos apresentados, escreva uma dissertação emprosa, na qual você deverá discutir manifestações concretas deafirmação ou de negação da auto-estima entre os brasileiros.Apresente argumentos que dêem sustentação ao ponto de vista que você adotou.15) Redija uma dissertação em prosa, na qual você apontará,sucintamente, as diferentes concepções do tempo, presentes nos trêstextos abaixo, e argumentará em favor da concepção do tempo com a qualvocê mais se identifica.TEXTO 1Mais do que nunca a história é atualmenterevista ou inventada por gente que nãodeseja o passado real, mas somente umpassado que sirva a seus objetivos. (...) Osnegócios da humanidade são hojeconduzidos especialmente por tecnocratas,resolvedores de problemas, para quem ahistória é quase irrelevante; por isso, elapassou a ser mais importante para nossoentendimento do mundo do queanteriormente.(Eric Hobsbawm, Tempos interessantes: uma vida no século XX)TEXTO 2O que existe é o dia-a-dia. Ninguém vai medizer que o que aconteceu no passado temalguma coisa a ver com o presente, muitomenos com o futuro. Tudo é hoje, tudo é já.Quem não se liga na velocidade moderna,quem não acompanha as mudanças, asdescobertas, as conquistas de cada dia, ficaparado no tempo, não entende nada do queestá acontecendo.(Herberto Linhares, depoimento)TEXTO 3Não se afobe, não,Que nada é pra já,O amor não tem pressa,Ele pode esperar em silêncioNum fundo de armário,Na posta-restante,Milênios, milêniosNo ar ...E quem sabe, então,O Rio seráAlguma cidade submersa.Os escafandristas virãoExplorar sua casa,Seu quarto, suas coisas,Sua alma, desvãos ...Sábios em vãoTentarão decifrarO eco de antigas palavras,Fragmentos de cartas, poemas,Mentiras, retratos,Vestígios de estranha civilização.Não se afobe, não,Que nada é pra já,Amores serão sempre amáveis.Futuros amantes quiçáSe amarão, sem saber,Com o amor que eu um diaDeixei pra você.(Chico Buarque, "Futuros amantes")16) Considere os textos abaixo:"Catraca invisível" ocupa lugar de estátuaSem que ninguém saiba como - e muito menos o por quê - umacatraca enferrujada foi colocada em cima de um pedestal no largodo Arouche (centro de São Paulo). É o "monumento à catracainvisível", informa uma placa preta com moldura eletras douradas, colocada abaixo do objeto, ondeainda se lê: "Programa para a descatracalização davida, Julho de 2004".(Adaptado de Folha de S. Paulo, 04 de setembro de 2004)[Catraca = borboleta: dispositivo geralmente formado por três ouquatro barras ou alças giratórias, que impede a passagem de mais deuma pessoa de cada vez, instalado na entrada e/ou saída de ônibus,estações, estádios etc. para ordenar e controlar o movimento depessoas, contá-las etc.]Grupo assume autoria da "catraca invisível"Um grupo artístico chamado "Contra Filé" assumiu a responsabilidadepela colocação de uma catraca enferrujada no largo do Arouche (regiãocentral). A intervenção elevou a catraca ao status de monumento "àdescatracalização da vida" e fez parte de um programa apresentado noSesc da Avenida Paulista, paralelamente ao Fórum das Cidades.No site do Sesc, o grupo afirma que a catraca representa um objeto decontrole "biopolítico" do capital e do governo sobre os cidadãos.(Adaptado de Folha de S. Paulo, 09 de setembro de 2004)17) Os três textos abaixo apresentam diferentes visões de trabalho. Oprimeiro procura conceituar essa atividade e prever seu futuro. Osegundo trata de suas condições no mundo contemporâneo e o último,ilustrado pela famosa escultura de Michelangelo, refere-se ao trabalhode artista. Relacione esses três textos e com base nas idéias nelescontidas, além de outras que julgue relevantes, redija uma DISSERTAÇÃOEM PROSA, argumentando sobre o que leu acima e também sobre os outrospontos que você tenha considerado pertinentes.TEXTO 1O trabalho não é uma essência atemporal do homem. Ele é uma invençãohistórica e, como tal, pode ser transformado e mesmo desaparecer.(Adaptado de A.Simões)TEXTO 2Há algumas décadas, pensava-se que o progresso técnico e o aumento dacapacidade de produção permitiriam que o trabalho ficasserazoavelmente fora de moda e a humanidade tivesse mais tempo para simesma. Na verdade, o que se passa hoje é que uma parte da humanidadeestá se matando de tanto trabalhar, enquanto a outra parte estámorrendo por falta de emprego.(M.A. Marques)TEXTO 3O trabalho de arte é um processo. Resulta de uma vida. Em 1501,Michelangelo retorna de viagem a Florença e concentra seu trabalhoartístico em um grande bloco de mármore abandonado. Quatro anos maistarde fica pronta a escultura "David".(Adaptado de site da Internet)

Aluna : -camila jardim lauar‏

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